Imagens da política entre os Yanomami e seus antropólogos
O objetivo dessa pesquisa é explorar as potencialidades de uma comparação entre as diferentes imagens do conceito de política agenciadas pela antropologia para descrever o ambiente político das sociedades indígenas da Amazônia e a elaboração ameríndia de sua própria antropologia política, tomando como paradigma os Yanomami. Percorrendo algumas décadas de produção etnográfica busco estabelecer um campo de “equivocação controlada” (VIVEIROS DE CASTRO, 2004) entre aquilo que os antropólogos veem quando falam de política entre os Yanomami e o que podemos saber sobre o que os Yanomami veem quando falam de política já que, segundo o xamã Davi Kopenawa: “Para nós, a política é outra coisa” (KOPENAWA & ALBERT, 2015). Através das palavras de Kopenawa e dos etnógrafos que trabalharam com os Yanomami buscaremos identificar os diferentes fundamentos ontológicos de uma reflexão antropológica sobre a política e quais são as dimensões da sociabilidade ameríndia que participam do quadro conceitual do que é o “político”: atravessando as fronteiras do relacionamento intra e extra-humano, intra e intercomunitário e se estendendo aos brancos e ao Estado.
O objetivo dessa pesquisa é explorar as potencialidades de uma comparação entre as diferentes imagens do conceito de política agenciadas pela antropologia para descrever o ambiente político das sociedades indígenas da Amazônia e a elaboração ameríndia de sua própria antropologia política, tomando como paradigma os Yanomami. Percorrendo algumas décadas de produção etnográfica busco estabelecer um campo de “equivocação controlada” (VIVEIROS DE CASTRO, 2004) entre aquilo que os antropólogos veem quando falam de política entre os Yanomami e o que podemos saber sobre o que os Yanomami veem quando falam de política já que, segundo o xamã Davi Kopenawa: “Para nós, a política é outra coisa” (KOPENAWA & ALBERT, 2015). Através das palavras de Kopenawa e dos etnógrafos que trabalharam com os Yanomami buscaremos identificar os diferentes fundamentos ontológicos de uma reflexão antropológica sobre a política e quais são as dimensões da sociabilidade ameríndia que participam do quadro conceitual do que é o “político”: atravessando as fronteiras do relacionamento intra e extra-humano, intra e intercomunitário e se estendendo aos brancos e ao Estado.