Entre fantasmas e dilemas: o estado da angústia “sionista de esquerda” no Brasil
O objeto desta dissertação se vê concentrado na zona de tensão primordial que a própria enunciação do “sionismo de esquerda” movimenta como um problema, um dilema dramático ao mesmo tempo ontológico, político e ético, vivido por fragmentos da população judaica do Rio de Janeiro e de São Paulo. Ser “sionista” e “de esquerda” é, hoje, um trabalho de agonia, que mobiliza explicações, fantasmas e silêncios. Neste esforço, “Palestina”, “palestinos”, “refugiados” e “territórios” não existem em si, mas são refletidos como sombras dentro de certa doxa do possível, funcionando como fantasmas à serviço do problema que enfrentam os interlocutores para resolverem a si mesmos e manterem a chama da crença acesa. Este é um trabalho que tenta compreender os sentidos desse estado da angústia em que se vêem os interlocutores e a partir do qual ele se constroem como sujeitos político-morais.