PPGAS - Museu Nacional - UFRJ

  • Professores
    • Adriana Viana
    • Eduardo Viveiros de Castro
    • João Pacheco de Oliveira
    • José Sergio Leite Lopes
    • Luisa Elvira Belaunde
    • Marília Facó Soares
    • Francisca Keller
    • Gilberto Velho
    • Giralda Seyferth
    • Lygia Sigaud
    • Yonne Leite


A Festa de São Miguel na República Dominicana: entre tempos, espacialidades e materialidades dominicanas

O presente projeto de pesquisa propõe a análise etnográfica das relações entre pessoas e objetos que permeiam Festa em homenagem à São Miguel Arcanjo que ocorre todos os anos na capital da República Dominicana, Santo Domingo, no dia 29 de setembro. Como uma festa popular, é parte estabelecida do calendário de festas religiosas dominicanas. O histórico da presença de São Miguel no território que conforma o país se inicia no estabelecimento da chegada das embarcações espanholas no final do século XV e início do século XVI. É em frente à Igreja de São Miguel que se comemora a festa em homenagem ao santo (que é também patrono do exército dominicano). A comemoração também torna a praça em frente a igreja, um espaço aonde ocorrem diversos trabalhos de pessoas que incorporam São Miguel, ou Belié Belcan (espírito de um trabalhador que contém a energia do santo). Orientada também por preceitos do vodu dominicano (interpretado por alguns autores como uma variação do vodu haitiano) contém outros elementos constituintes de grande importância. Os participantes da festa se vestem de roupas com a cor verde e com lenços vermelhos na cabeça, enquanto bebem rum e fumam charutos junto àqueles que recebem entidades ou mistérios, como se diz na República Dominicana – além das oferendas em velas, bolos, doces e pratos com carne de bode, feitos para celebrar o Arcanjo Miguel ao som dos palos. A mediunidade que é parte de um dos trabalhos que ocorrem ao longo da festa, envolve hereditariedades familiares e a manutenção de um comprometimento com o dom de possuir mistérios (Cruz, 2014: 51;177). As pessoas que produzem a festa são tanto aquelas que trabalham nas “Botânicas” do Mercado Modelo de Santo Domingo, localizado na Zona Colonial, como dominicanos que migraram para os Estados Unidos. Assim, se trata de produzir uma etnografia que observa a Festa de San Miguel como momento-espaço de circulação de objetos e sujeitos que mobilizam não só as forças presentes no vodu dominicano, como também ambíguas relações com a Igreja local e as forças estatais. Vistos sempre com desconfiança por praticantes do Vodu. ​
Imagem

Email: ppgas@mn.ufrj.br


  • Professores
    • Adriana Viana
    • Eduardo Viveiros de Castro
    • João Pacheco de Oliveira
    • José Sergio Leite Lopes
    • Luisa Elvira Belaunde
    • Marília Facó Soares
    • Francisca Keller
    • Gilberto Velho
    • Giralda Seyferth
    • Lygia Sigaud
    • Yonne Leite