Hoje tem alegria: a Ibeijada e as sacralizações e materializações da infância
Quando a Ibeijada desce aos salões dos centros de umbanda, corpos adultos (dos médiuns) vestem bonés, brincam de bola e boneca, dançam, chupam pirulito, tomam refrigerante e comem doce – muitos doces. A partir da observação de giras festivas e de consulta dessas entidades, busco apreender como alguns traços da infância são sacralizados e em como algumas crianças tornam-se divinas. Para desenvolver essa discussão, dou especial atenção às coisas: roupas, brinquedos, música (os pontos) e comida são formas que materializam essas Crianças divinas e ideais de infância. Além da materialização de uma faixa etária, temos também materializações da Alegria – que é acionada enquanto substantivo mas também adjetiva as Crianças e suas coisas. As Ibeijadas vestem roupas alegres, gostam de cores alegres, dançam ao som de músicas alegres e trabalham com alegria. Procuro, então, pensar acerca dos discursos, performances e coisas que materializam e sacralizam ideais de infância e da alegria.